Territorial dynamics of agroforestry systems in floodplain and dryland areas in eastern Amazonia
Dinâmica territorial dos Sistemas Agroflorestais em áreas de várzea e terra firme, na Amazônia oriental
Résumé
The agro-ecological transition in the Amazon is a crucial issue for improving the living conditions of rural populations and protecting the environment. Agroforestry systems seem to offer a sustainable alternative as part of this transition. This article analyzes the influence of production dynamics on the agricultural development of two municipalities in the Eastern Amazon, based on their historical and cultural trajectories, in order to understand the role played by territorial specificities in the establishment and dissemination of Agroforestry Systems (SAFs). The research was carried out in the municipalities of Igarapé Miri and Tomé Açu, using exploratory and descriptive research of a qualitative and quantitative nature, interviews with family farmers and observations of their properties. The results show production dynamics specific to each region, influenced by the economic cycles and crises they have been through. This was achieved through SAFs. The analysis shows that the adoption of SAFs in the territories depends on the biophysical environment, because although there are similarities between the productive dynamics, the territories have natural specificities that differentiate between SAFs established in open fields (type A), in terra firme areas, and those established in flooded forests (type F). The decision to establish and disseminate SAFs in family farming is also conditioned by socio-economic factors: production must meet both the family's food needs and market demand, especially at a local level.
La transition agroécologique en Amazonie est un enjeu crucial pour l'amélioration des conditions de vie des populations rurales et la protection de l'environnement. Les systèmes agroforestiers semblent offrir une alternative durable s’inscrivant dans cette transition. Cet article analyse l'influence des dynamiques de production sur le développement agricole de deux municipalités de l'Amazonie orientale, à partir de leurs trajectoires historiques et culturelles, afin de comprendre le rôle joué par les spécificités territoriales dans la mise en place et la diffusion des systèmes agroforestiers (SAF). La recherche a été menée dans les municipalités d'Igarapé Miri et de Tomé Açu, à l'aide d'une recherche exploratoire et descriptive de nature qualitative et quantitative, d'entretiens avec des agriculteurs familiaux et d'observations de leurs propriétés. Les résultats montrent des dynamiques de production spécifiques à chaque région, influencées par les cycles économiques et les crises qu'elles ont traversés. Pour surmonter ces crises, la diversification a été l'alternative choisie par de nombreux producteurs. Cette diversification a été réalisée par le biais des SAF. L'analyse montre que l'adoption des SAF dans les territoires dépend de l'environnement biophysique, car bien qu'il existe des similitudes entre les dynamiques de production, les territoires présentent des spécificités naturelles qui différencient les SAF établis en plein champ (type A), dans les zones de collines et plateaux, de ceux établis dans les forêts inondées (type F). La décision de mettre en place et de diffuser les SAF dans l'agriculture familiale est également conditionnée par des facteurs socio-économiques: la production doit répondre à la fois aux besoins alimentaires de la famille et à la demande du marché, en particulier au niveau local.
A transição agroecológica na Amazônia é uma questão crucial para melhorar as condições de vida das populações rurais e proteger o meio ambiente. Os Sistemas Agroflorestais parecem oferecer uma alternativa sustentável, como parte desta transição. Este artigo analisa a influência da dinâmica de produção no desenvolvimento agrícola de dois municípios na Amazônia Oriental, com base em suas trajetórias históricas e culturais, a fim de compreender o papel desempenhado pelas especificidades territoriais no estabelecimento e na disseminação dos Sistemas Agroflorestais (SAFs). A pesquisa foi desenvolvida nos municípios de Igarapé Miri e Tomé Açu, adotando como metodologia a pesquisa exploratória e descritiva de natureza qualitativa e quantitativa, utilizando entrevistas com agricultores familiares e observações de suas propriedades. Os resultados mostram dinâmicas de produção específicas de cada região, influenciadas pelos ciclos econômicos e às crises pelas quais passaram. Para superar essas crises, a diversificação foi a alternativa escolhida por muitos produtores. Isso foi conseguido por meio dos SAFs. A análise mostra que a adoção de SAFs nos territórios depende do ambiente biofísico, pois, embora haja semelhanças entre as dinâmicas produtivas, os territórios têm especificidades naturais que diferenciam os SAFs estabelecidos em campos abertos (tipo A), em áreas de terra firme, e os estabelecidos em florestas de várzea inundadas (tipo F). A decisão de estabelecer e difundir os SAFs na agricultura familiar também é condicionada por fatores socioeconômicos: a produção deve atender tanto às necessidades alimentares da família quanto à demanda do mercado, principalmente em nível local.
